Pela tradição
(Do Guia – O Estado de S. Paulo – de 18/01)
O filme de Marc Forster que estréia hoje (18) se chama O Caçador de Pipas (The Kite Runner, 2008), mas poderia bem ter sido batizado de Desejo e Reparação. Como o longa de Joe Wright, em cartaz na cidade, ele é a história de um aspirante a escritor que comete um erro grave na infância e que decide tentar repará-lo a qualquer custo quando adulto. Quem busca redenção, desta vez, é Amir, um afegão que trai o melhor amigo depois de um torneio de pipas, na Cabul dos anos 70 – e é bem possível que disto você já saiba, visto que o filme se baseia no bastante lido romance homônimo de Khaled Hosseini. Quando o Afeganistão é invadido pelos russos, Amir foge com o pai para os EUA. Mais de vinte anos depois, porém, descobre que o destino do amigo não foi feliz e tem de voltar ao país de origem, a esta altura dominado pelo Taleban.
Ao contrário do que acontece em Desejo e Reparação, em que a saga por redenção é usada para discutir outros temas, no filme de Forster (de Mais Estranho Que a Ficção) ela é um fim em si mesmo. O que parece uma novidade na paleta de temas de Hollywood – a cultura dos muçulmanos – serve de pano de fundo para uma história já bastante contada. Trata-se, outra vez, de um homem que tem de se reconciliar com a suas origens, sua pátria e sua religião para, ao fim, se tornar um pai de família. É um caminho que já trilharam, por exemplo, vários personagens de Steven Spielberg, o dono da produtora do filme, a Dreamworks. Tradicional como o tema, a versão de Forster tem condução segura e é recheada de belas imagens. Ainda assim, se este é um filme que você não leu, é certamente um que você já viu – mas nada o impede de querer vê-lo outra vez.
1 Comments:
Li o livro e para mim foi uma boa história, porém mal escrita. Do filme, soube que arrancou muitas lágrimas. Pode ser mais do mesmo, mas vou despender alguns reais para assistir.
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