Qual a razão de contar a história de dois policiais que vivem em uma Miami que parece perdida entre os anos 80, os 90 e a década atual e que têm os rostos (tão conhecidos) de Colin Farrell e Jamie Foxx – que, sabemos, não são policiais – em um filme que emula um certo realismo que se sustenta unicamente no fato de que sua fotografia tem textura de vídeo?
E qual o sentido de fazer isso se o roteiro desse filme é – ao contrário do que era o de Colateral – uma nova versão, com adaptações, de roteiros de filmes que vêm sendo feitos desde a década de 40?
Se essa história pertence a alguma realidade, é à realidade do universo do cinema. Daí que esse (falso) realismo só faria sentido se o filme se tratasse de alguma bizarra desconstrução brechtiana à la Lars Von Trier – o que obviamente não é o caso. O Scarface de De Palma já era, em 83, o melhor antídoto ao Miami Vice de Michael Mann de 2006.

1 Comments:
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